quinta-feira, 14 de março de 2013

Presidente do PSB faz planos para o Rio







Governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos utiliza a polêmica dos royalties como combustível para o seu projeto presidencial. Em privado, ele acusa Dilma Rousseff de omissão. Em público, faz pose de estadista e declara que os Estados sem óleo, que acabam de avançar sobre os dividendos petrolíferos do Rio e do Espírito Santo, “precisam saber ganhar, e saber ganhar não significa destruir os outros.”


Aproveitando-se de um palco montado em Brasília por duas autoridades do PMDB –Henrique Alves e Renan Calheiros, presidentes da Câmara e do Senado— Eduardo surpreendeu governadores do resto do país ao defender uma solução negociada para a encrenca dos royalties. Algo que preserve os contratos já assinados por Rio, Espírito Santo e, em menor escala, por São Paulo.


Eduardo reposiciona-se em cena guiado pela conveniência. Na sucessão de 2010, Dilma amealhou no Rio, terceiro maior colégio eleitoral do país, pouco mais de 60% dos votos. Dissemina-se no Estado a versão segundo a qual a presidente lavou as mãos no caso dos royalties. É contra esse pano de fundo que se move Eduardo. Político de projeção regional, ele sobe no caixote dos royalties na expectativa de que o eleitorado fluminense comece a enxergá-lo como uma alternativa a Dilma.


“Enquanto o Brasil está gastando milhões importando gasolina, não estamos animando a economia no setor de petróleo porque falta um marco”, diz ele. Afora o assombro dos investidores, a derrubada dos vetos à Lei dos Royalties, não produzirá efeitos enquanto estiver no STF. “Os que ganharam não receberam nada. Os que perderam estão apavorados com a possibilidade de perder aquilo com que já contavam”, enfatiza Eduardo.


Suprema ironia: governador de um Estado sem óleo, Eduardo enrolou-se na bandeira do Rio de Janeiro numa reunião que o colega Sérgio Cabral, filiado ao PMDB dos anfitriões Henrique e Renan, prefetiu boicotar. Nem deu as caras nem mandou representante. Ausentou-se sem saber que teria no encontro um aplicado porta-voz.
                   (blog do Josias)

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